MINHA ÁFRICA
Os vales de lágrimas em oceanos Coagulam a história sem acenos A longa caminhada, dor de parir Néscios moribundeando em devir Longe do festim amamentaste fuzileiros Pilhagem macabra curtiste na pele Conquanto demente miavas os luzeiros Tua inocência sepultada na probidade Teus filhotes, escravos levaram Às tempestades chacinados no alto mar O vento apagou teu pranto a murchar Ouro, marfim e especiarias exportaram Arrogantes espectaram uma fé pueril Teus antepassados na imaginação ficaram O culto da natureza aboliram Trespassando teu coração virginal O mundo africano sugamos com esperança No encanto purulento de mágoa venenosa Viver a vida de Deus, nosso anseio Teus seios ao peito mergulho Minha África, África minha Nrowe w`Atithi, levanta-te! Ao largo se abre o horizonte À luz do alvor que desvanece a alma. Maputo, 31.03.2012