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A mostrar mensagens de março, 2012

MINHA ÁFRICA

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Os vales de lágrimas em oceanos Coagulam a história sem acenos A longa caminhada, dor de parir Néscios moribundeando em devir Longe do festim amamentaste fuzileiros Pilhagem macabra curtiste na pele Conquanto demente miavas os luzeiros Tua inocência sepultada na probidade Teus filhotes, escravos levaram Às tempestades chacinados no alto mar O vento apagou teu pranto a murchar Ouro, marfim e especiarias exportaram Arrogantes espectaram uma fé pueril Teus antepassados na imaginação ficaram O culto da natureza aboliram Trespassando teu coração virginal O mundo africano sugamos com esperança No encanto purulento de mágoa venenosa Viver a vida de Deus, nosso anseio Teus seios ao peito mergulho Minha África, África minha Nrowe w`Atithi, levanta-te! Ao largo se abre o horizonte À luz do alvor que desvanece a alma. Maputo, 31.03.2012
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NEGRO DOMINGO DE FUTEBOL Cheirou-me vida endeusada, demônios gigantes Fantasmas acemiterrados [1] , luto de elefantes Roendo cogitações, conselhos empolgantes Queda deflagrada, em mim sem instantes: A dor selvagem, de inefável semblante A alma carregada de indescritível sarcasmo As veias tatuando-me a solidão Na vanguarda de um silêncio angustiante. A meu lado cantando duras madrugadas, Lágrimas que escorrem minha dor insuportável Lembranças do tempo que me trouxe as enxurradas A enxerga do meu mundo deplorável. Saudades de viajar, sozinho viver Ao mundo a verdade encontrar, sofrer Com amargura minha adolescente puberdade Arrancada ao leito de mim sem piedade. Os choros que chorei limpidamente, crisol Nostálgico da minha mamãe, ao colo me levando Densidade de compressão meu coração apertado No entardecer de um negro domingo de futebol. Maputo, 18 de Março de 2012 Cantífula de Castro [1] Fantasmas f ora do cemitério (criação do autor