Mensagens

A mostrar mensagens de agosto, 2011

A MELANCOLIA

Imagem
Quem sabe mais que você e eu no nosso âmago Quem saberia se quisesse mastigar este tempo Masturbando o enlace dos insucessos mordomos Não cômputos pela amplitude do seu horizonte; Gostaria de criar um mar de beleza elegante Uma praia de natureza e originalidade traficante Sem água, mas que jorra imputabilidade eficiente E negros na laicizada estéril do seu ser inocente Neste horizonte nublado e belo exteriormente Desta viagem desregrada e sem fim Sem reserva e latitude candente Apesar da incapacidade que se constrói enfim. De vez em quando, as aparências marginalizam-me O sufrágio da imaginação ingénua inculca-me Um futuro desenhado longe da realidade E uma realidade maquinada fora da lealdade. O certo conclui-se na incerteza do planificado E a insatisfação assegura a vontade peregrinante Nas abóbadas circulares da insignificância pluralizante                                                       Amarfanhada no intento engolido pela ilusão destinada.

A MORTE

Imagem
Auferi ansiosamente a chegada incansável da minha esperança Nas latentes entradas das incalculáveis falácias da segurança E das falcatruas que inutilizam simplesmente O silêncio amuado no meu interior particularmente. A euforia seria implicada nas redondezas do meu engano Porque não matei a certeza calculada pela vontade Deste Inverno que chora de incoerência da mocidade Por maior e reduzido embrião do profano. Ansiosamente aspirei colher a morte deste infeliz Ansiosamente esperei o destino da matriz Asperamente senti a demora da tua chegada Embora ignorasse o ensejo da madrugada. Mas, mal sempre custeio. Receio, menos receio, é o meu pão. Sem isso, não sou e sou menos Sem eles, o meu ser se angustia nos confiscos. Caminhei errante procurando a minha morte Encerrei a minha vista aprofundando a minha profissão Sem ejacular as partículas do meu pensamento Muito menos menstruar o sangue do meu lamento. Assim foi, o dia que não chegou Assim partiu a noite que não me amou Sem ela o meu

NAQUELE DIA!

Imagem
Aproximei-me de ti, e tu pegando-me na mão puxaste-me para os teus olhos transparentes como o fundo do mar para os afogados mirando o fundo da minha paixão martirizada infantilmente. Sentei-me naquela Igreja, naquela parede e ainda nos degraus da baixa descida da nossa Vila. Dúvida?! Lembro-me do som dos teus passos, uma respiração apressada, a fraqueza do meu receio ou um princípio de lágrimas incontidas nos olhos, e a tua figura luminosa atravessando a minha vista até desaparecer entre a chusma divorciada. Ainda ali fiquei algum tempo embora ausente, isto é, o tempo suficiente para me aperceber de que sem estares ali, continuavas ao meu lado puxando a minha vista perto de ti. Tudo aconteceu naquele dia. Recordo com rancor todas lágrimas que de mim transbordaram, todos olhares por mim cansados e ainda as palavras presas na minha garganta. E ainda hoje me acompanha essa doente sensação que me deixaste como amada recordação. Naquele dia respirei morto, palpitei o meu olhar incansavelmen

LONGE DA MINHA TERRA

Imagem
                                                       CATEDRAL DE NAMPULA Longe da minha terra, no berço florestal que me pariu inocente e vasculhou a inocência que prescruto no hodie da minha vida.   Nostalgia da minha escolinha que sepultei com saudades, perseguir a minha infância e saudar calorosamente todos os meus amigos perdidos no tempo ignoto e que desfilam na minha mente incansável. Longe, longe daqueles arredores, do aposento que me viu crescer esmiuçando as lembranças do campo desértico e invejável. Saudades da minha gente trabalhadora, incansável e estúpida .

MANSÃO AMARGA

Imagem
MANSÃO AMARGA Entrei tacteando, às apalpadelas E quando o fogo ia debilitando-me aos bocadinhos Tomei conta que era o orifício da tua ferida amarrotando-me. Na tentativa de desandar vi-me assaltado Por movimentos desajustados, de cima para baixo. A regra neste tipo de jogo não vale Porque o que doma a consciência é a veemência Da paixão e a dor do prazer. De repente senti o pulsar apressado do meu coração: Princípio de lágrimas, uma gota de suor banhando-me A garganta – seca de desejo – e o fim de um berço Nostálgico: a fascinação não consumida. Desviando o pensamento achei-me despido e Ao teu lado assentado, como Adão acanhado Com o silêncio da noite sem rosto E do dia vestido de ódio, madrugadas malucas Que nos alentam com nojos de aprazimento. Levantei-me cansado, músculos a abalroar em surdina: Rya! Rya! Rya! Fracasso vencido e dilúvio de desespero Arrasando o meu homem aniquilado. Para te ser sincero, sorri demoradamente com tensão a subir Numa alegre tristeza desta mansão amarga