NAQUELE DIA!

Aproximei-me de ti, e tu pegando-me na mão
puxaste-me para os teus olhos transparentes como
o fundo do mar para os afogados
mirando o fundo da minha paixão
martirizada infantilmente.
Sentei-me naquela Igreja, naquela parede e
ainda nos degraus da baixa descida da nossa Vila. Dúvida?!
Lembro-me do som dos teus passos,
uma respiração apressada,
a fraqueza do meu receio
ou um princípio de lágrimas incontidas nos olhos,
e a tua figura luminosa atravessando a minha vista
até desaparecer entre a chusma divorciada.
Ainda ali fiquei algum tempo embora ausente,
isto é, o tempo suficiente
para me aperceber de que sem estares ali,
continuavas ao meu lado puxando a minha vista perto de ti.
Tudo aconteceu naquele dia.
Recordo com rancor todas lágrimas
que de mim transbordaram,
todos olhares por mim cansados
e ainda as palavras presas na minha garganta.
E ainda hoje me acompanha
essa doente sensação
que me deixaste como amada recordação.
Naquele dia respirei morto,
palpitei o meu olhar incansavelmente,
procurei a razão do meu sofrer.
Mas a tua voz ilustrou a minha alegria.
Naquele dia...!?
Tu sabes melhor o que sucedeu.
Tu sabes dizer quantos foram os meus gemidos,
Tu, somente tu podes dizer tudo.

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